terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sobre mentiras e omissões

Eu não sei mentir. Sério. Digo, eu sei. Acabei de mentir, aliás. Mas enfim. Eu sei mentir coisas assim, "inocentes", assim como você e uma quantidade considerável de pessoas sabem, mas... Eu não me referia exatamente a mentiras inocentes. Eu me refiro a mentir coisas pesadas. Coisas que... são feias. Não sou nenhum tipo de hipócrita... Eu minto também, já escondi coisas pesadas e não-pesadas. Mas com o tempo mentir, graças a Deus, tornou-se algo difícil pra mim. Se eu puder falar a verdade, eu falo. Se não puder, por motivos variáveis que dependem do sentimento e da pessoa em questão, bem, para o diabo. No mundo de hoje é preciso se mascarar às vezes. Não me orgulho de dizer isso, mas é verdade. Continuo não gostando desse verbo, "mentir", mas ele existe. Pra todos nós, assim como a dita cuja da omissão. Algo relativamente pior do que mentira, aos meus olhos, é omissão. Sim. Eu me incomodo quando me omitem as coisas. Eu sei, eu sei. Cada um tem direito de dizer o que quer, quando quer, afinal de contas... Todos têm seus motivos e razões para tal. Mas eu não consigo deixar de me sentir meio idiota quando alguém esconde algo de mim. Quero dizer. Eu costumo contar quase tudo às pessoas que eu tenho confiança. E quando não é recíproco... Uma das coisas que não mudaram nesse tempo todo sem escrever foi minha dificuldade em digerir fatos e mágoas. Todos erram. Eu erro também. As pessoas querem privacidade... Eu entendo, eu sei, eu também gosto de manter algumas coisas em "off". Mas quando algum amigo seu te esconde algo... Eu não sei. Incomoda. Você nota que talvez não tenha aquela relação tão aberta ou tão... sei lá, firme. Eu compreendo, claro. A gente tem que se colocar nos lugar dos outros. Mas pra mim alguém que faz algo e só conta 349034830438 anos depois já me faz ficar de orelhas em pé. Por algum motivo que eu não sei explicar, esse tipo de coisa não me inspira confiança, principalmente porque eu tenho uma facilidade absurda de notar fatos ocultos no ar. É relativamente fácil pra mim saber quando há algo diferente no ar - e não falo de sinal de fumaça ou gases de cheiros desagradáveis. Você olha a pessoa. O rosto dela. Os olhos dela. A forma como ela fala, o estado de espírito... Conhecendo alguém bem... Você nota. E você fica chateado quando vê que há determinadas coisas ocultas, sabe? Soa como se a pessoa estivesse editando minuciosamente o fato pra depois te contar, cortando as partes que não quer que você saiba. Soa como se você fosse a polícia e a pessoa, o ladrão. E nesse ponto eu me pergunto... Se fosse certo, se fosse algo legal, ela não teria motivos pra me esconder. Se estamos numa amizade, ou em qualquer outro tipo de relação onde as coisas são expostas e tudo o mais, então porque esconder?
Não sei ao certo. Mantenho o respeito, compreendo... Mas também levo comigo a certeza de que não somos como a lua, que consegue ocultar um dos seus lados nas noites de céu estrelado. Temos qualidades, defeitos, e não, não somos perfeitos. Ao contrário do que se pensa... Todo mundo nota. Tal como a lua, também temos espectadores que, quer você queira ou não, veem o que você quer e o que você não quer.

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